terça-feira, 22 de novembro de 2011

Porque todos os dias me dão algo ...

"Quanto abri a porta, o senhor encontrava-se a chorar. Fiquei parada uns segundos, mas pareceu uma eternidade, e lá me decidi a dizer alguma coisa (que não sabia bem o quê, porque parece que nestas alturas as palavras que uso nunca são as mais correctas). Perguntei porque estava a chorar, se queria conversar. Secou as lágrimas e disse-me “Estou a morrer não estou? Eu sei que sim, e a única coisa que preciso é que me traga um bloco e uma caneta porque preciso de escrever algumas coisas”. Na minha inexperiência, disse que sim, e sai do quarto. Percorri o corredor até à sala, mas fui bem devagar, como se tivesse a digerir aquela frase “estou a morrer não estou? … traga-me um bloco… (...) achei até que não estava preparada para entrar lá, porque estava a fazer um esforço para que nenhuma lágrima saísse, e porque ia ficar bloqueada e não conseguiria dizer nada. Mas a verdade é que tinha nas mãos o que o doente me pedira e tinha de entregar-lhe. Entrei. Estava sentado numa cadeira, com as mãos em cima de uma mesa. Olhei-o por uns quantos segundos, e dirigi-me até ele. “Está aqui, se precisar (…), e não acabei a frase e disse-me que o irmão tinha morrido com a mesma doença, o que o deixava ainda mais ansioso, e que sabia o que ia acontecer, e num baralho de palavras (que provavelmente umas queria ter dito, outras acredito que não), começou novamente a chorar. Fiquei ali encostada à parede, como que a tentar que a minha presença pudesse ajudar em alguma coisa. E continuei ali por um bom tempo…até que ficou mais calmo. (...) mais tarde recebeu a visita de um amigo, e quando entrei no quarto para lhe administrar o antibiótico estava a sorrir. Quando ia sair do quarto disse-me “ são estes momentos que vou levar quando for para algum lugar (…). E sorriu!” Sai do quarto também eu num baralho de sensações! Mas percebi que podemos ajudar com a nossa presença, com o nosso olhar, podemos até não dizer nada, mas estamos ali."




É com estas pequenas coisas, que  passo a passo vou completando esta minha construção diária … a aprendizagem com cada situação, a aprendizagem com cada doente =)


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pequenas Vitórias!


"(...) Preparava-me para colocar os talheres adaptados no tabuleiro, mas pensei porque não tentar sem eles. Começámos pela sopa (senti que também eu estava ansiosa). Incentivei-o a pegar na colher com a mão direita, pois era a que tinha mais limitações, e desta forma podia desenvolver as capacidades desse lado e ainda tomar consciência das suas próprias limitações (conseguiu!). Levou a colher com sopa à boca, e mais uma e depois outra, e quando vi já não havia sopa. E depois da sopa comeu a fruta. Ao longo desta demorada tarefa, era notória a sua satisfação e motivação para continuar. Conseguia ver nos seus olhos, na expressão da sua face o orgulho da pequena vitória alcançada. Eu vivi este momento, talvez com a mesma intensidade que o doente. Foi bom, senti que tinha valido a pena ter insistido. O envolvimento e a participação activa do doente na sua recuperação após o AVC, relativamente à sua autoconfiança e motivação, fizeram-me acreditar (ou reforçar) que têm um papel muito preponderante nos resultados obtidos nas intervenções de enfermagem. Neste turno ganhei sorrisos, sorrisos que mostravam a alegria de uma pequena vitória, de uma vitória partilhada comigo. Foi muito gratificante e especial."




Nem sempre é fácil! É ter mais de duas mãos e um coração (grande!), é ter de manter a expressão de serenidade mesmo na frente do desespero, é ter um (grande!) brilho no olhar, é transformar as lágrimas num desabafo, é ser humana e dar (muito!) conforto. Muitas são as vezes em que o coração estremece, cheio de emoções inexplicávies!
São momentos como estes que me fazem sentir que vale mesmo a pena, que me fazem sentir orgulhosa de estar onde estou.

Ontem foi um dia assim!=)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mas eu estou apaixonada*

Ele tem espinhas,sardas, pontos negros,
e uma boca exagerada,
desafina e desatina
mas eu estou apaixonada.


Ele faz cenas gagas, altas fitas,
não tem confiança em mim, faz-se caro,
faz-me trombas,
mas eu gosto dele assim.

Mas eu acho que o amor descobre o lado melhor do que parece defeito


Porque eu gosto, gosto dele*=) (apeteceu-me*=)

Sai a Tuna para a rua...

... de capa, saia ou batina!
( e eu que fico em Évora =/)


À minha querida TESESJD,

Arrasem na Festa do Vinho e da Vinha....=)
Vou com voces, de uma maneira ou de outra*


ORGULHO-ME DESTA TUNA, ORGULHO-ME DE NÓS, porque nós somos e SEMPRE seremos a TESESJD=)*

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Entre tantas coisas



Acabei de acordar!
Liguei a TV e está a dar a casa dos segredos (pff não aguento aquilo, e muito menos de manhã).
Apetecia-me estar a ver umas quantas séries...

Lá fora cai uma quantidade considerável de chuva! Voltar para a cama é uma hipótese a considerar, mas...

... entre tantas coisas que me apetecia fazer, vou estudar e pronto!!


 (hoje um beijinho especial ao meu amor)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A chuva...

... molhava-me o rosto, gelado e cansado! 


10 turnos, 85 horas, 5100 minutos ... de tanta coisa! Por agora duas folgas (para estudar!), mas ainda assim, com esta chuva toda vai saber bem estar em casa, com a mantinha!=)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

FRIOOOOOO


As minhas manhãs são assim... de tanto frio que faz...=)

Mais uma semana de estágio! Manhãs.. a quanto obrigam=)*

domingo, 6 de novembro de 2011

E quando...

... não há nada a fazer?
Quando nos sentimos impotentes, frustrados e com uma revolta tão grande que tudo isto se pode sobrepor à razão?
"Lembro-me, e talvez me vá marcar por muito tempo, de pegar na sua mão. Estava fria. Apertei-a contra a minha na tentativa de a aquecer. Fechei os olhos e pedi a Deus por ela. Conseguia percerber quando parava de respirar (é agora?), e mais um apito no monitor. Não há mesmo nada a fazer? Reconhecer que nada podíamos fazer, causou-me uma sensação de impotência e frustração muito grande.Faleceu."

E quando a morte vem, nos confronta e desafia com os limites da sua actuação?
Áqueles que nesta semana partiram, e que de alguma forma me marcaram, e a quem eu não consegui fazer mais do que dar a mão...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aos 23 anos...

.... passados na companhia de pessoas especiais.
Um obrigado provavelmente não chega, mas ainda assim OBRIGADA=)





P.s. Ao Fábio que estava a tirar a fotografia, e à Marisa e à Ana Franco que deviam estar a comer amendois, um obrigada também.=) Obrigada também áqueles que estão longe (em distância) e que ainda assim se lembraram=)*